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pr moca botsw samorapr moca botsw samoraMaputo, 23 Maio (AIM) – Os governos de Moçambique e do Botswana vão eternizar o legado do proclamador da independência moçambicana devendo, para o efeito, estabelecer o Museu Samora Moisés Machel na região de Lobatse, que dista cerca de 70 quilómetros da cidade de Gaberone, capital daquele país da África Austral.


Este desiderato foi revelado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, que falava na conferência de imprensa havida em Maputo, no fim das conversações bilaterais ao mais alto nível, inseridas no quadro da visita de Estado de três dias que o estadista tswana, Ian Khama, efectua a Moçambique, de 23 a 26 de Maio corrente.
Essa intenção está plasmada no acordo para o estabelecimento do museu que os dois governos rubricaram, após o tête-a-tête e as conversações entre os Presidentes Nyusi e Khama. Na ocasião foi assinado também o memorando de cooperação na área de geologia e minas.
O Ministro Baloi, que não revelou os valores envolvidos para as obras de construção do museu, adiantou, porém, que o executivo de Gaberone assumiu a responsabilidade de providenciar o terreno para esse efeito, enquanto o governo de Moçambique irá financiar a construção, estando a decorrer, no momento, estudos arquitectónicos para fazer uma avaliação. Todavia, revelou que existe uma reserva financeira que se destina ao arranque das obras de construção do museu.
A região de Lobatse, que entra para os anais da história no quadro da irmandade entre Moçambique e o Botswana, é onde está localizada a modesta casa onde, em meados dos anos 60, uma família tswana acolheu Samora Moisés Machel e outros militantes nacionalistas que partiram em busca do sonho de um Moçambique livre e independente.
“Essa família para além de ser tswana tornou-se também moçambicana”, disse o Ministro, salientando que eternizar o facto histórico se decidiu criar um museu, cuja inauguração poderá acontecer ainda no decurso deste ano.
No capítulo da geologia e minas, o Botswana é, segundo o Ministro Baloi, uma potência, não só em África mas também no mundo no respeita à exploração, produção e processamento diamantífero, experiência que desperta o interesse moçambicano em aprender e cooperar. O outro assunto que outrora suscitara elevado interesse entre os países é o projecto integrado do porto de águas profundas de Techobanine, no distrito de Matutuíne, província meridional de Maputo. Se o projecto, avaliado em 6,5 bilioões de dólares, for concretizado estabelecer uma ligação com a região carbonífera de Selebipikwe no Botswana, através do território zimbabweano.

“Neste momento os três países (Moçambique, Botswana e Zimbabwe) trabalham juntos. Em algum momento terá havido uma desaceleração devido aos desafios que se colocam ao próprio projecto, mas a abordagem feita pelos chefes de Estado foi no sentido de se avançar”, explicou o ministro.

Por seu turno, o Ministro tswana na Presidência para Assuntos Sociais e de Administração Pública, Eric Molale, disse que as relações entre os nossos dois países cresceram consideravelmente. Acrescentou que a cooperação nas áreas de energia, agricultura, recursos minerais, turismo, a protecção dos investimentos ilustram elevado interesse no relacionamento entre os dois países. (AIM/UCI)