A Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Nataniel Macamo Dlhovo, reafirmou o compromisso do Governo de Moçambique continuar a cooperar com as Nações Unidas na resposta aos desafios humanitários assente no princípio “por todos e para todos”, que vigora na agenda de solidariedade mundial daquela organização internacional.
“Estamos convencidos que todos juntos, fazendo cada um a sua parte, venceremos as adversidades” impostas por desastres naturais e mudanças climáticas, realçou a Ministra Macamo ao discursar no Evento de Alto Nível do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) das Nações Unidas para 2024, ocorrido na manhã de quarta-feira, dia 6 de Dezembro corrente, na sede da ONU, em Nova Iorque.
No seu discurso proferido perante o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação fez uma radiografia do quadro dramático e trágico da situação humanitária em Moçambique e revelou o conjunto de medidas políticas visando “a redução do risco de desastres e o fortalecimento da resiliência ao nível das comunidades e da economia”.
Indicou que tais medidas incluem o Plano Director para a Redução do Risco de Desastres 2017-2030; o Plano de Protecção Financeira contra Desastres 2022-2027; a criação, em 2017, do Fundo de Gestão de Desastres; o fortalecimento do Sistema de Aviso Prévio, através da aprovação, em 2022, da Estratégia de Gestão de Informação e de Sistema de Aviso Prévio para Cheias e Ciclones; a Estratégia dos Comités Locais de Gestão de Desastres e o Plano Anual de Contingência para a época chuvosa 2023-2024.
Explicou “que a nível regional, Moçambique acolhe o Centro de Operações Humanitárias, de Emergência e de Resiliência da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral em Nacala, província de Nampula, que está prestes a iniciar as suas actividades.”
“Ao acolher o Centro”, esclareceu a Ministra Macamo, “o Governo de Moçambique reafirma, deste modo, o seu compromisso de participar como protagonista activo na gestão do impacto de mudanças climáticas no país e na região da África Austral”.
Qualificou a reunião de alto nível organizada pelo CERF, de “uma importante iniciativa que testemunha o compromisso das Nações Unidas na busca de soluções para responder às emergências causadas pelos desastres naturais”.
Saudou a realização do evento dedicado ao lançamento do apelo para o Fundo Central de Resposta às Emergências durante o ano de 2024, ao mesmo tempo que agradeceu aos doadores do fundo pela “valiosa assistência humanitária que tem providenciado às comunidades moçambicanas”.
Reconheceu que só em 2023, Moçambique foi um dos recipientes desse inestimável apoio, estimado em cerca de 16.5 milhões de dólares, providenciado para responder aos efeitos do Ciclone Freddy, cheias, surto da cólera, bem como apoiar os deslocados de Cabo Delgado, vítimas dos ataques terrorista.
A propósito, a Ministra Macamo fez a seguinte descrição: “Só para ilustrar, mais recentemente, somente o Ciclone Freddy, que assolou Moçambique neste ano, afectou cerca de 1.3 milhões de pessoas, causando cerca de 300 mortos e aproximadamente 800 feridos, para além de avultados danos nas infraestruturas económicas e sociais, num contexto em que o país ainda se ressente com o efeito devastador Ciclone Idai, ocorrido em 2019”.
Dados das Nações Unidas indicam que desde a criação do CERF em 2006, Moçambique foi atribuído mais de 122 milhões de dólares para actividades humanitárias no país.
Este evento de alto nível para mobilização de fundos de emergência dirigido pelo Secretário Geral António Guterres, registou a participação da Ministra do Desenvolvimento Internacional da Noruega, do Sub-Secretário Geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários e Coordenador de Emergência, do representantes da Fundação Mo Ibrahim, dentre outras individualidades de relevo.
No dia seguinte, quinta-feira, a Ministra Verónica Macamo participa no debate aberto do Conselho de Segurança da ONU, subordinado ao tema: “Ameaças à paz e segurança internacional: crime organizado transnacional, crescentes desafios, novas ameaças”.