O Presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Filipe Jacinto Nyusi, emitiu, no passado dia 15 de Julho, uma declaração da organização, que expressa “preocupação e pesar” pela “perda de vidas e destruição indiscriminada de propriedade durante os recentes protestos na República da África do Sul”. Eis, a seguir, o texto da declaração:
“A SADC apresenta as suas condolências às famílias das vítimas da violência; e muitas outras cujos meios de subsistência foram destruídos como resultado da pilhagem de infra-estruturas públicas. Os protestos violentos constituem não apenas uma ameaça, à vida humana, mas também geram instabilidade, asfixiam o crescimento económico, amplificam os riscos e impedem o tão necessário retorno do investimento. Portanto, a SADC condena veementemente estes ataques a propriedades, negócios e pessoas.
A SADC observa ainda com preocupação que os protestos têm estado a causar perturbações nos esforços em curso para enfrentar os impactos devastadores da pandemia da COVID 19, que já sobrecarrega a maioria da população com dificuldades sem precedentes.
Dada a posição estratégica da África do Sul na economia regional, se a actual a agitação não for controlada, a mesma terá um impacto negativo na cadeia de abastecimento de bens essenciais da região, abrandará as principais rotas comerciais, reduzirá as oportunidades de emprego e ameaçará as infra-estruturas vitais, não só da África do Sul, mas também da região da SADC, no seu todo.
A SADC observa que se a violência persistir, a recuperação projectada para a região e o crescimento previsto em 2%, em 2021 e 3,2% em 2022, pode não ser alcançável. Estes danos irão, sem dúvida, aumentar, o que irá constituir um grande revés para os esforços da região de reconstruir as economias após a pandemia do coronavírus.
A SADC enaltece o papel do Governo da África do Sul de proteger a população civil e insta as lideranças e os cidadãos a primarem pelo diálogo construtivo com vista a resolver a crise actual.
A SADC reafirma ainda a sua solidariedade e o seu apoio ao povo e ao Governo da África do Sul nos seus esforços contínuos para restaurar o Estado de Direito, a paz e a estabilidade”.