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Presidente Filipe Filipe Nyusi em conversa com o Presidente francês, Emmanuel Macron, no encontro realizado no quadro visita que efectuou a FrançaPresidente Filipe Filipe Nyusi em conversa com o Presidente francês, Emmanuel Macron, no encontro realizado no quadro visita que efectuou a França

A República de Moçambique e a República Francesa “partilham interesses económicos vitais, cujo sucesso passa por um ambiente de paz, segurança e estabilidade em Moçambique”, declarou o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, no término da sua visita de três dias à França.


Falando a jornalistas em Paris, capital francesa, na quarta-feira, dia 19 de Maio corrente, o Presidente Nyusi explicou que “Moçambique acolhe investimentos de empresas francesas de grande dimensão, a exemplo da Total e Technip, que em conjunto investem no nosso País mais de 20 mil milhões de dólares americanos”.

 

“Este volume de investimentos”, concluiu, “mostra claramente que Moçambique é um parceiro vital e estratégico para a França”, razão bastante para que o Chefe de Estado moçambicano fosse convidado pelo Presidente francês, Emmanuel Mácron, para participar na Cimeira sobre Financiamento das Economias Africanas, realizada em Paris, na terça-feira, dia 18 de Maio.


A presença do Presidente Nyusi em Paris serviu, a nível bilateral, para um tête-à-tête com o Presidente Mácron, com o qual “reafirmamos o nosso empenho na restauração da paz e segurança e normalidade nas zonas afectadas pelos actos bárbaros dos terroristas, partilhamos as medidas que o nosso país tem vindo a tomar para acabar com este flagelo e a solidariedade e interesse em apoiar na luta contra o terrorismo por parceiros bilaterais e multilaterais.”


Da conversa resultou a solidariedade do Presidente francês com os moçambicanos, a condenação veemente dos actos terroristas contra Moçambique e o compromisso de ambos trabalharem juntos para a reposição da segurança e tranquilidade e da retoma de actividades socioeconómicas no nosso país, bem como a manifestação do apoio gaulês à candidatura de Moçambique a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.


“Recebemos garantias do Presidente Mácron”, assinalou o Presidente Nyusi, “sobre a continuidade do apoio às empresas francesas para prosseguirem e expandirem os seus investimentos em Moçambique e, igualmente, analisamos outros desafios com que se confronta o mundo e os nossos dois países em particular, que decorrem da Pandemia da Covid-19 e da necessidade e cumprir os compromissos no quadro do acordo de Paris sobre o ambiente e outras convenções sobre a matéria.”


No domínio bilateral, a delegação moçambicana assinou quatro instrumentos jurídicos com a parte francesa, nomeadamente: (i) o Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas entre o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique e o Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Francesa; (ii) o Acordo entre o Governo da República Francesa e o Governo da República de Moçambique sobre a Suspensão da Dívida; (iii) a Convenção de Financiamento sobre a Agência Francesa de Desenvolvimento e o Ministério da Economia e Finanças: Apoio à Redução de Perdas Não-Técnicas da EDM e (iv) o Memorando de Entendimento entre o Banco de Moçambique, Expertise France, Agência Francesa de Desenvolvimento e a Embaixada da França em Maputo para o Início do Programa de Assistência Técnica ao Banco de Moçambique.


À margem da Cimeira sobre Financiamento das Economias Africanas, o Presidente Filipe Nyusi manteve encontros com os Presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, do Ruanda, Paul Kagame, e o Primeiro Ministro de Portugal, António Costa, como também com dirigentes de grandes empresas franceses, dentre as quais pontificam a Total, Technip, Société Generale, Air France, CIS, e IGIS France.


“A Total manifestou o compromisso de retoma do Projecto assim que as condições de segurança estiverem repostas. A Total assegura por outro lado o pagamento de valores pendentes com pequenas e médias empresas moçambicanas contratadas no âmbito da implementação do Projecto Golfinho/Atum”, revelou o estadista moçambicano.


Fizeram parte da delegação presidencial moçambicana de visita à França, a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Nataniel Macamo Dlhovo, o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Afonso Maleiane, o Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Ernesto Max Elias Tonela e o Embaixador de Moçambique na França, Alberto Maverengue Augusto. (UCI)