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Presidente da República, Filipe Nyusi e a directora geral do FMI, Christine LagardePresidente da República, Filipe Nyusi e a directora geral do FMI, Christine LagardeO Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou o compromisso do Governo moçambicano de continuar a cooperar com os Estados Unidos da América (EUA), fortalecendo a confiança mútua existente dentro dos altos valores e princípios que regem boas práticas de governação e negócios.

O Chefe de Estado moçambicano disse que apesar de, no passado, a conjuntura ter sido marcada pela guerra fria, desestabilização da região da África Austral pelo regime do Apartheid, Moçambique e EUA sempre mantiveram uma interacção baseada no respeito pela soberania e igualdade de direitos dos Estados.


“Hoje não há motivo de preocupação. Podemos afirmar com satisfação e convicção que os EUA e Moçambique lograram construir uma relação de profunda amizade e uma parceria sustentada em valores e interesse comum e uma plataforma de diálogo construtivo com elevada índice de maturidade e confiança”, disse o Chefe do Estado, falando na sua qualidade de orador principal da 46ª Conferencia Legislativa da África Braintrust, que anualmente junta congressistas, governantes, diplomatas, académicos e fazedores de opinião.


“Estamos convictos que, juntos, trilhamos o caminho certo no aprofundamento de uma parceria mutuamente vantajosa”, sublinhou. Anualmente, esta conferência debate questões de grande interesse dos EUA com repercussão para o Mundo, particularmente para África, dando a sua contribuição valiosa para a causa da libertação e autodeterminação dos povos africanos no passado e, agora, na causa do progresso e parceria entre povos.
No quadro da visita que efectua aos EUA, o Presidente da República Nyusi desafiou os empresários dos dois países a serem mais ambiciosos criando mais parcerias de investimento. Constatou ser encorajadora, no domínio económico e comercial, a presença de cada vez mais crescente de empresas norte-americanas que já estão a operar em várias áreas, maximizando o potencial do país.


Presidente Nyusi recebe Prémio de Mérito na ConservaçãoPresidente Nyusi recebe Prémio de Mérito na Conservação“Apraz-nos registar as companhias que já estão a operar no país”, indicou, citando, entre outras, a Coca Cola, General Electric, Anadarko, empresas que foram objecto de visita do Presidente da República em Houston, no Estado de Texas, durante segunda etapa da sua visita aos EUA, depois da sua deslocação à Washington, DC. Esta presença, sublinhou, constitui um estímulo para o surgimento de pequenas e médias empresas à jusante dos grandes projectos dos sectores de hidrocarbonetos como agricultura, indústria, pesca, transportes, turismo e serviços.

 

Não há braço de ferro com FMI
O Presidente Filipe Nyusi, asseverou que não existe um braço de ferro entre o Governo moçambicano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a dívida pública contraída entre 2013 e 2014, cuja omissão levou a suspensão da ajuda ao país por parte desta instituição e de outros parceiros programáticos que apoiam directamente o orçamento do Estado.


O Chefe do Estado confirmou que será feita uma auditoria independente para esclarecer os contornos da dívida estimada em mais de mil milhões de dólares, mas sublinhou que a mesma será dirigida pela Procuradoria-Geral da República de Moçambique.
O consenso entre o Governo e o FMI é o maior ganho da diplomacia económica do Presidente Nyusi que se deslocou aos EUA para se encontrar pessoalmente com dirigentes do FMI, do Banco Mundial e dos Estados Unidos ligados ao mundo da política, finanças e negócios.


Interagindo com a comunidade moçambicana em Houston, no quadro da sua visita de trabalho de quatro dias aos EUA, o Chefe de Estado explicou que a fase difícil que o país atravessa não se deve exclusivamente a questão da dívida, mas também à conjuntura global desfavorável e a fenómenos naturais como a estiagem e seca derivada da escassez de chuvas, bem como a depreciação do metical face a outras moedas de referência como do dólar.
Após os encontros com o Banco Mundial e a directora geral do FMI, Christine Lagarde, esta instituição de Bretton Woods anunciou em comunicado que as partes vão continuar a trabalhar juntos com vista ao restabelecimento do clima de confiança.


Com efeito, uma equipa técnica do FMI desloca-se brevemente ao país para reavaliar as medidas correctivas em curso, desencadeadas pelo governo para restaurar a confiança da instituição, que se deteriorou após a descoberta de uma dívida não revelada, estimada em 1,4 mil milhões de dólares.
Na nota, a directora-geral salienta “a necessidade de novas medidas destinadas a estabilizar a economia e de esforços mais decisivos para melhorar a transparência, nomeadamente uma auditoria internacional e independente das empresas que foram financiadas no âmbito dos empréstimos divulgados em Abril de 2016”. De acordo com o comunicado, Lagarde saúda a disponibilidade do Governo de trabalhar com o FMI sobre os termos de referência da auditoria liderada pela Procuradoria-Geral da República.


Em Houston, capital norte-americana do gás e petróleo, o Presidente da República visitou, entre outros empreendimentos económicos, a Anadarko, companhia que faz a prospecção de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado. (AIM)